sábado, 18 de agosto de 2012

Cravo e a Rosa- II



                                                               De Rutilla Mountfort

Chegara terça de tantas feira entre a labuta e material escolar. Arrumei minhas coisas. O que agradaria a uma cozinheira que trabalhava com alimento, meu esmero deveria ser mais atencioso, mais dinâmico, teria de ser algo simples e com requinte, um macarrão com pesto, tirinhas de frango ao molho branco e espinafre refogado em folhas inteiras e mico abraçadinho. O menu estava pronto, o vinho seria um branco ‘demi sec. da adega local, o vinho Campo Largo tem uma linha especial que está conseguindo manter certa maturidade no bom gosto.’ (SIC)
Tudo estava arrumado, a casa estava alinhada, meu ajudante já havia deixado tudo da melhor maneira possível, sempre falei isso a ele que foi e sempre será minha melhor doméstica em toda a minha vida de solteiro.
Tomei meu banho demoradamente e quando acabava ouvi batidas à porta, desliguei o chuveiro, enrolei-me na toalha, coloquei o roupão azul envelhecido e fui atender, lá estava ela, parada à porta com um embrulho que fazia a forma de uma garrafa, que me ofereceu com um sorriso largo.
__ Não era necessário. Venha sente-se só vou acabar de me enxugar e colocar uma roupa e já ponho a mesa.
__Vou abrir este vinho, espero que você goste.
Entrei ao quarto e nu procurava uma roupa, ouvi o barulho da rolha, ouvi o líquido sendo despejado nos copos, mas não a ouvi entrar no meu quarto e assim conseguiu me dar um tremendo susto dizendo:
__Este é o seu. – Esticando-me o copo com vinho tinto. Apanhei e dei um gole de agrado, pois estava quente, muito quente.
__Acertou na marca, mas está um pouco quente, coloque na geladeira e apanhe a outra que deve estar no ponto. - Falei, mas meio constrangido, não esperava este ataque à minha intimidade, eu queria era apenas lhe oferecer comida e um papo amigável dado à sua carência, pois foi uma mulher que apanhou muito na vida e tinha uma necessidade de amigos, assim eu acreditava.
Coloquei minha roupa, uma calça xadrez de tecido e uma camiseta e chinelas. Dei o acabamento final aos pratos e servi, o cardápio e o vinho foram deslumbrantes, uma combinação exótica.
Conversamos sobre nossos ex. Eu sobre minha ex e ela sobre o dela, eu curioso para saber os por quês de tudo. O seu companheiro anterior era bem mais novo que eu, minha expectativa aos poucos era reduzida, pois ela enfraquecera com o vinho e falava muito, senão dele começava a falar do filho, de como ele gostava de mim e de como falava de mim e que ela começara a sentir ciúmes de mim e do filho. Um papo meio doido, e eu já meio doido para que ela fosse embora.
Ela levantou-se com a xícara de café e foi para a sala, sentou-se e começou a falar como conhecera seu ex... Ele era ajudante de seu tio, onde estava morando depois que ficara viúva, seu primeiro marido morrera logo depois que o Mike havia nascido, e já estava cansada de viver na casa do tio, onde às escondidas da tia, seu tio e os filhos transavam com ela a torto e a direito.
Contou que uma vez transou com todos na mesma noite, que ao amanhecer não podia nem mesmo andar de assada que ficara. E se fossem legais com ela, mas eles eram todos anormais com uns pênis que a rasgaram forçando-a a procurar um médico para que ele a costurasse.
Eu doido para que ela fosse embora, mas as histórias estavam boas e acabamos por beber mais um pouco.
Logo mais a outra garrafa e um cigarrinho.
Quando vi eu estava sobre ela, meu pênis abocanhado, me segurava sem jeito na parede apoiado com uma só mão, pois ainda estava de pé ao lado de onde ela estava deitada.
Ela grunhia e quando tirava meu pequeno pênis. Retirei-me de sobre ela e fui ao banheiro. Ela veio atrás e nua a vi pela primeira vez, a marca de sua cesaria, o seu corpo mudado aos anos e ela chorava.
__Desculpa, eu também tenho medo.
__Medo de que?
__Medo de você me rejeitar...
__Eu não vou te rejeitar é que lembrei que você é mãe de um amigo, um amigo íntimo.
__Muito amigo. Queria que você fizesse como faz com ele. - Assustei-me com o que disse. - Eu não queria fazer isso com você, que ficasse constrangido, tudo o que falei antes é verdade. Eu te acho uma delícia, desde que ainda era casado, e quando o Mike fala de você e diz o quanto você o realiza, eu queria ter você.
Ficamos assim meio bobos um com o outro, ela acabou entrando no chuveiro e com jeito me animou novamente, como se o mundo não existisse, foi assim que aconteceu, ela colocou o seu conhecimento de anos em prática e me venerou.
Chupava como a uma fruta em extinção, que devia ser aproveitada até o caroço. Ela deitou-se no chão e eu montei-a com calma, ela estava apertadinha, rasa, me aceitando com carinho e aos poucos foi se transformando em uma fera, seus gozos eram variados e seus gritos me deixavam mais aceso.
Por várias vezes trocamos a camisinha, sua boca ainda estava com fome, queria que explorasse todos os seus buracos e aceitei o seu desafio.
Penetrei seu ânus com ardor, penetrei sua vagina com movimentos alucinantes e penetrei sua boca como o reduto para receber todo meu esperma. Eu ejaculei. Todo o meu líquido vazava pelos cantos de sua boca e ela começava a chorar novamente enquanto a mão masturbava sua vagina e estremecia com os próprios espasmos, lágrimas corriam e misturavam-se ao meu esperma.
Terminamos e fomos para a cozinha, ambos pelados, apanhamos café e ela começou a falar sobre o que tinha acontecido, eu lhe fiz sinal para que não falasse nada, disse-lhe que não havia necessidade, quem comenta, pergunta ou se justifica se agradou no final de um ato é porque é inseguro de como fez e por que fez, e numa relação o reconhecimento tem de ser entendido no todo e não manifestado verbalmente.
Estava quase na hora de que ela iria embora e eu ali imaginando sobre minha conduta, comi o filho e comi a mãe, fiquei me imaginando se um deles me perguntasse qual dos dois seria minha preferência, o que será que eu diria?
__Será que vai me convidar de novo?
__Quem sabe, não é? Amanhã é sempre um novo dia.
Ela saiu, ainda fiquei olhando ela no ponto de ônibus, vi quando ela subiu na lotação e se foi...
Entrei, amontoei a louça para o outro dia e apaguei a luz.
Na cama estendido sobre os cobertores surgia-me uma tara muito louca, meu pênis começou a enrijecer novamente, minhas mãos foram acalmá-lo em uma longa masturbação e na fantasia que se iniciava sobre o formato daquele jardim.
__Será que um dia rolaria os três juntos?
O Cravo, o Caule e a Rosa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário